sábado, 25 de julho de 2009

Enquanto o braço amarra a cintura dela,

eu digo que não, eu digo que nada,

e deixo pra lá,

continua essa minha mão preguiçosa,

perdida nas finuras que toco,

enganando este peito oco que definha.

Mares nos olhos, o sorriso afugenta

essa criação loucassolitária,

mera imaginice fulana

nos dias em que tu teimas em voltar.

Zapeio canais,

desejo inatingíveis

no singelo propósito de falhar

e voltar.

Voltar para o nada que tenho,

que não ao certo tive.

Mais desgostoso inalcançável

é o que escorreu pelos dedos,

pelos quilômetros.

Saco.

Um comentário:

  1. Andréia, que poema vivo! Te sinto em cada linha, em cada palavra e neologismo criado. Admiro por demais tua verve criativa. Quem me dera eu fosse metade do que tu consegue ser. Porque sozinho não sou nada, mas contigo ganho contornos mais palpáveis.

    Parabéns pelo texto. Quero verter (e definhar) contigo. Mas jamais voltar. Sempre ir.

    P.S.: Não foi a Maysa quem disse que está "mais indo do que voltando"? Pois é.

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