terça-feira, 31 de julho de 2012

Tu é uma rosa com "bilho", ela disse.

sábado, 28 de julho de 2012

Epifania de dia

Estava a se demorar. Sempre surgia algo mais a fazer, confusões mentais  para que não saísse no horário desejado. Isso já acontecera antes. Passou a presumir.

Os fones ditavam um ritmo aos pés que firmes traçaram caminhos há muito conhecidos. O dia ainda era claro, a cidade ainda era a mesma, apesar das súbitas movimentações, aglomerações, então canções, estacionamentos e bois. Festa típica de cidade pequena, let it be.

E depois de ter desviado algumas vezes - presunção de morte é algo que, estando vivo, é uma alternativa - e ter até parado para observar o recorte moderno de uma casa, passou pelo portão verde, da casa verde, de plantas verdes, conhecido e querido.

Os olhos marejaram mais uma ou duas vezes durante a conversa, mas aquele amigo que tanto já dividiu e riu consigo, questionando-lhe coisas tão suas e que pareciam desaparecidas, trouxe-lhe uma luz. Epifanias lhe ocorriam de madrugada, como poderia de dia entender, ao ver-se perdida em assuntos aleatórios, reais e promissores até, o que há anos lhe afligia?

Sua maior dúvida, então esclarecida logo que dobrou a esquina, talvez estivesse a um ponto de ser resolvida. Finalmente, poderia dizer em estrutura completa, inteligível e rastreável: o problema é que nunca deixou o luto.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

"The man watched her streaming face and called one of the boys over.
'Take off that coat,' he told him.
'Sir?'
'You heard me.'
The boy slipped out of his jacket, whining. 'What you gonna do? What I'm gonna wear?'
The man untied the baby from her chest and wrapped it in the boy's coat, knotting the sleeves in front.
'What I'm gonna wear?'
The old man sighed and, after a pause, said, 'You want it back, then go head and take it off that baby. Put the baby naked in the grass and put your coat back on. And if you can do it, then go on 'way somewhere and don't come back'".

Beloved. Toni Morrison. p. 106-7.
Matando a pau.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Você folheia um livro da Nigella Lawson e vê uma foto dela com o cabelo IGUAL ao seu.
O sentimento de "fucked my hair, now I look like Tina Turner" simplesmente de-sa-pa-re-ceu.

Awesome!

YEY

domingo, 22 de julho de 2012

Enrubecer.

Aumentar a pupila, diminuir o olho.

O jeito mais fácil de fazer o tempo passar rápido tem sido, homeopaticamente, trocar palavras e sorrisos.
A natural sequência de momentos de calmaria após conturbadas horas de dor invisível e irrastreável faz mais evidentes certos fatos. A mão que segura a nossa na dificuldade é a que merece ser pêga na vida que segue. Deve ser condição humana, emocional e mutável que corre do alto ao baixo e escorre no rosto em um mesmo dia. Uma noite de sono depois, recompõe-se e sorri.

Já que no meio do caminho, valerá a pena a apreensão.
Já que distante, telepatizar.

sábado, 21 de julho de 2012

O bom de não esquecer

Junto da saudade, as recorrências.

A saudade daqueles em que apostamos, daqueles que vão nos superar pra devolver no nosso colo o orgulho.

Máximas do Fight Club na cabeça, e a cabeça, onde?
http://www.youtube.com/watch?v=RCD14IrOcIs
Quando da sincronicidade, parecem menos longe.
Olhar nos olhos, por intimidade ou enfrentamento, é terapêutico. Contudo, não creio que a amizade do espelho vá me completar enquanto eu tiver a lembrança dos elos que se perderam, que perdi ou fiz perder.

Blessed are the forgetful... o resto você sabe.