domingo, 4 de outubro de 2009

A Desconstrução do Ídolo – Volume I

Não é, necessariamente, infelicidade neste ou naquele lugar. Saturei das memórias – não cabem novas e as velhas perecem tão rápido quanto a chegada do próximo eclipse.
Sem culpa de querer mudar – culpa só de não poder mudar [ainda], minha ou não, não importa.

Os dois sonhadores – distintos irmãos mentalmente siameses – querem ir. Ela entre ali, logo lá ou embora mesmo. Ele, com ela, com ele, consigo. Mas urge – e ruge – a mesma sensação de não-mais-pertinência, contingência, convergência. Paciência.

- Derrubaram a casa. Logo vão construir como te falei. Vamos já? Ta, não já. Sejamos sócios no quando certo. Que tal?
- =D *-* sim.

Passam as horas, olha ali, - alô.

Não, eles não escrevem como, quanto, tão, onde nós. Ninguém está errado, mas Jack Nicholosonemos as coisas. Não, relativizar eu faço por conta. Falo de ceder, mesmo.

A animalidade, a ferocidade do humano em sua necessidade. É uma peninha de galinha isso. Eu relativizo, tu racionalizas, ele está ocupado. Mas interessado, não esquenta. Logo ele responde. Uma menina no ônibus urbano carregava flores. Obrigada pela rosa ano passado, mesmo!!

Ele compreende isto tudo, enquanto pergunta-se quais esferas deve-se re(v)le(l)var – ou ela. Os dois confundem-se nessa heterogeneidade emocional. O consenso chega muitas vezes – a felicidade de pagar apenas o primeiro minuto – em meias manhãs, meias-noites e telepatias avulsas. A síntese ecoa, posto que admitem-se o suprasumo da prolixidade. In addiction, cobrem-se de orgulho de sua atemporalidade.

Não passam as horas. Engolida pela manhã regurgitada à noite, a teoria da complexidade das unidades fraseológicas, ou algo que o valha, tratam de opacizar os minutos tão caro pagos. A redenção fica por conta da “contaminação pelo oposto dialético” de terça. Obrigada, Antônio Cândido, eu te amo.

Ainda temos dúvidas sobre escrever ou não, mas a desconstrução do ídolo vem como uma boa rajada de razão. Este carinho atrofiado pela distância há de desembocar em algo bom, preferencialmente profundo e irremediavelmente leve. Para dois, por favor, com todo o açúcar.



-Isto é produtividade na aula de Semântica, leitores.