domingo, 20 de setembro de 2009

Agitar a brasa nas cinzas e ver cessar, como o efeito da máquina. Soprar as nuvens com a fumaça; ver as estrelas sem óculos. Lusco fusco highly sobriamente stoned. Ver feições nas nuvens, e mulheres de finos chapéus. O gosto daquilo tudo impregnado. E entre os dedos. Agitar-se toda à porta, rir. Ninguém vai saber, eternizar. Por isso escrever.

sábado, 5 de setembro de 2009

Os bonecos de Alice eram grandes para seus braços, pequenos para as mãos de seu pai e equivalentes ao volume que o velho trazia nas mãos. “Minutos de Sabedoria”. Micro dizeres que detinham seus olhos por alguns segundos e abençoavam aquela fronte enrugada por segundos outros, perdidos no horizonte ou na lajota da cozinha.

Agora, Alice gigante; os volumes que entulha são maiores, mais fáceis de segurar e percorrer do que o ínfimo livreto, fugido em suas mãozinhas quando da ausência do pai.

Em meio à pressão do mundo, sobre linhas inexoráveis anda incessantemente, apenas o luxo furtivo de abrir seus livros ao acaso colorem dias cinzentos de teorias e escritos maquinais.

Abre o “Isto és Tu”:

 “Seja a judaica ou a cristã, nossas religiões frisaram com demasiada intensidade o aspecto estritamente histórico, de modo que acabamos por estar, por assim dizer, cultuando o acontecimento histórico, em vez de sermos capazes de ler através daquele evento histórico a mensagem espiritual para nós mesmos. As pessoas se voltam para a religião oriental porque nesta descobrem a mensagem real que tem sido mantida inacessível pelo literalismo e historicismo excessivos em suas próprias religiões, e que, agora, lhes é franqueado novamente.” (p. 127; quererá mesmo aquela do “Onde tropeças, é aí que encontras o ou(t)ro” [intromissão a lápis - sempre]

Abre “O Livro de Mórmon”:

“ [...] o rei enviado essa proclamação, Aarão e seus irmãos foram de cidade em cidade, de uma casa de adoração a outra, organizando igrejas e consagrando sacerdotes e mestres entre os lamanitas, por toda a terra, a fim de pregarem e ensinarem a palavra de Deus entre eles; e assim começaram a lograr muito êxito.” (Alma 23:4) [Lograr – Semânticamente, Alice ri)

Abre “A Arte da Prudência”:

“CXL

Topar logo com o que é bom em cada coisa. É ventura do bom gosto. A abelha vai sem tardança à doçura para criar o favo, e a víbora à amargura, para o veneno. Assim nos gostos, uns vão ao melhor e outros ao pior. Não há coisa que não tenha algo de bom, ainda mais se é livro, pelo que foi pensado. É, pois, tão enxabido o gênio de alguns, que entre mil perfeições toparão com um só defeito que houver, e esse censurarão e alardearão: recolhedores das imundices de vontade e de entendimento, cumulam censuras e defeitos, o que é mais castigo por sua desestima que emprego de sua sutileza. Passam mal a vida, pois estão sempre a cevar-se de amarguras, e servem-lhes de pasto as imperfeições. Mais feliz é o gosto de outros que, entre mil defeitos, toparão logo com uma única perfeição, caída ao acaso.” (p. 94)

O velho estava certo.

Alice volta ao prosaico.

Fecha aspas.