Estava a se demorar. Sempre surgia algo mais a fazer, confusões mentais para que não saísse no horário desejado. Isso já acontecera antes. Passou a presumir.
Os fones ditavam um ritmo aos pés que firmes traçaram caminhos há muito conhecidos. O dia ainda era claro, a cidade ainda era a mesma, apesar das súbitas movimentações, aglomerações, então canções, estacionamentos e bois. Festa típica de cidade pequena, let it be.
E depois de ter desviado algumas vezes - presunção de morte é algo que, estando vivo, é uma alternativa - e ter até parado para observar o recorte moderno de uma casa, passou pelo portão verde, da casa verde, de plantas verdes, conhecido e querido.
Os olhos marejaram mais uma ou duas vezes durante a conversa, mas aquele amigo que tanto já dividiu e riu consigo, questionando-lhe coisas tão suas e que pareciam desaparecidas, trouxe-lhe uma luz. Epifanias lhe ocorriam de madrugada, como poderia de dia entender, ao ver-se perdida em assuntos aleatórios, reais e promissores até, o que há anos lhe afligia?
Sua maior dúvida, então esclarecida logo que dobrou a esquina, talvez estivesse a um ponto de ser resolvida. Finalmente, poderia dizer em estrutura completa, inteligível e rastreável: o problema é que nunca deixou o luto.
sábado, 28 de julho de 2012
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Então me derrubou com isso:
ResponderExcluir"Tu não tá numa prisão, minha filha".