"Afirmava a suas amantes: só uma relação isenta de sentimentalismo, em que nenhum dos parceiros se arrogue direitos sobre a vida e a liberdade do outro, pode trazer felicidade para ambos."
momentos depois...
"A convenção não-escrita da amizade erótica implicava que o amor fosse excluído da vida de Tomas. Se ele desrespeitasse essa condição, suas outras amantes se sentiriam imediatamente numa posição inferior e se revoltariam. Sublocou, portanto, um quarto para Tereza e sua pesada mala. Queria cuidar dela, protegê-la, alegrar-se com sua presença, mas não via nenhuma necessidade de mudar seu modo de vida. Assim, não queria que se soubesse que ela dormia em sua casa. O sono compartilhado era o corpo de delito do amor."
ali adiante...
"Tomas pensava: deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série de inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)."
Que jogue a primeira pedra quem não concorde, ao menos em parte, com nosso querido Tomas. Grata.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
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