Meu atual temor a Deus chama-se Rigor Científico.
sábado, 1 de maio de 2010
Lucia no Wallachai com os ventos.
Ela está lá. Não sinto nada muito atrelado ao concreto, não lembrei do clipe dos Chemical Brothers até por autopreservação. Ela eeeela, não está lá. Está o que ficou de palpável, e nas minhas memórias o que é permanente. Efemeridade? Tal como o que sobra de nós.
"Eu estarrr nova", disse Herica Dieter. Ah, como eu amo aquela baixinha.
Novo exercício de paciência - de Jó. Nova lição. Consegui alcançar as demais; profissão, relacionamento, vizinhança. Falta isso de paciência Homérica, aguentar a subjugação intelectual forçada no convívio com parentes ligeiramente egoistas e, surpreenda-se, não pacienciosos.
Os ventos cantavam, as folhas das árvores alvoroçavam e lá estava eu, em meio a dezenas de histórias, seguidos "Hier ruth fulando de tal". A maioria deles, meus parentes desconhecidos, contudo "Dieters", "Buttenbenders" ou "Blumes". Cemitério dominado pela família. Zilhões de pessoas nascidas em 1800 e tantos. Inúmeros formatos, símbolos, alemão e latim a dar com pau.
Silêncio daqueles que estorvam, tranquilidade daquelas que não dão sono. As lágrimas varreram as bochechas? Certo que sim. A lembrança do último dia, de segurar seus dedos frios, tocar seus cabelos fininhos, ver aquele rosto que me sorriu desde o nascimento ali jazer quieto, abraçar minha pequena Herica sem saber dizer nada, meus amigos nas minhas mãos, o sol, a pino, clareando omoplatas brancas como a consciência. Isso é o que fez chorar - a lembrança da despedida. Se eu digo que ela não está realmente lá, não haveria porquê debruçar-me. O que trancava o suspiro era lembrar do que pensei naquela tarde triste enquanto lá fechavam sua imagem: "olha que lugar bonito, era aqui que ela queria ficar". Penso que fiz a coisa certa. Os montes, os ventos.
"Eu estarrr nova", disse Herica Dieter. Ah, como eu amo aquela baixinha.
Novo exercício de paciência - de Jó. Nova lição. Consegui alcançar as demais; profissão, relacionamento, vizinhança. Falta isso de paciência Homérica, aguentar a subjugação intelectual forçada no convívio com parentes ligeiramente egoistas e, surpreenda-se, não pacienciosos.
Os ventos cantavam, as folhas das árvores alvoroçavam e lá estava eu, em meio a dezenas de histórias, seguidos "Hier ruth fulando de tal". A maioria deles, meus parentes desconhecidos, contudo "Dieters", "Buttenbenders" ou "Blumes". Cemitério dominado pela família. Zilhões de pessoas nascidas em 1800 e tantos. Inúmeros formatos, símbolos, alemão e latim a dar com pau.
Silêncio daqueles que estorvam, tranquilidade daquelas que não dão sono. As lágrimas varreram as bochechas? Certo que sim. A lembrança do último dia, de segurar seus dedos frios, tocar seus cabelos fininhos, ver aquele rosto que me sorriu desde o nascimento ali jazer quieto, abraçar minha pequena Herica sem saber dizer nada, meus amigos nas minhas mãos, o sol, a pino, clareando omoplatas brancas como a consciência. Isso é o que fez chorar - a lembrança da despedida. Se eu digo que ela não está realmente lá, não haveria porquê debruçar-me. O que trancava o suspiro era lembrar do que pensei naquela tarde triste enquanto lá fechavam sua imagem: "olha que lugar bonito, era aqui que ela queria ficar". Penso que fiz a coisa certa. Os montes, os ventos.
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