GRACEJO I . Mímesis – a visão.
Repetição das almofadas, sob o olhar da outra.
Jaz não sei onde o Amor Romântico,
contente-se com as migalhas
do instante eterno.
Sobra a lembrança, os cacos, lacuna (inc).
Palavras esquecidas, sorrisos de olhos brilhantes.
Você passa por corredores que não condizem;
correm os dedos.
MI-ME-SIS
Palavras ditas, ouvidas, compartilhadas,
mas você não fala.
Você agradece, apologiza – e eu minto.
O cabelo, é.
A posição d’outrem, Tat Tvat Asi, isto és tu.
O livro emprestado, o amor emprestado lá.
Aqui reside o que de mais puro.
Você pergunta, mas contem-se.
Tenha-se. Tenha e tenha-se.
GRACEJO II. O Eco da Mão Dupla.
Aqui, você vê os carros de cima;
lá, você viu as nuvens de baixo.
Novamente, contenha-se,
seu lugar é invasão,
não é ‘seu’ – é esse lugar.
A alegria, a brutalidade do sorriso,
a emoção nas mãos.
Mímesis – caminhões disso.
Querer. Apesar d’orgulho.
A liberdade do falavreado,
tocar, enfatizar, migrar.
Convicções belíssimas,
certezas, abstracionismo – tudo.
Você é só emoção, às vezes;
menos cevada, mais alternativos. O problema é o trigo.
Alter-ego – era medo.
Admiração – eu não sabia.
Prazer silente, terceirizando interesses.
O que você fez?
Eu lembro. Eu conforto. Não doi. Constroi. Eu quero – muito.
GRACEJO III. O Nojo.
- O que tu quer dizer com ‘nojo’?
disse Tatiane, a mulher dos olhos d’oceano.
Como eu a ouvia...
Ter com quem. Ter de quem discordar, poder perguntar,
sem frescura.
Nojo da formalidade,
de pôr na fôrma.
Eu nunca fui a primeira.
Eu não isso, eu não aquilo.
Agora, Tatiane, eu não vou m’encaixar.
Não à minha foto, não à minha inscrição.
Eu fico no que passa
entre a rede do Rubem,
eu fico sem estar – definitivamente.
Eu fico naquilo que tu carrega – aí, onipresente.
Obrigada, Tatiane, eu tenho nojo do que é forma.
Eu pertenço ao Concretismo e sou amante do abstrato.
Hermético. É isso.
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